86 anos, debilitado, diabético, com arritmia por cardiomegalia, papai deu entrada no hospital dia 30/08, depois de uma semana tentando tratar o covid em casa.
Na segunda anterior, dia 23/08, fomos na emergência do HNMD, pois papai amanheceu no sábado sem conseguir andar. Alugamos um andador, mas ainda assim... nada! Literalmente de um dia para o outro. Alugamos uma cadeira de rodas, e depois de uma série de exames, após 12 horas em observação na emergência, o neurologista de plantão solicitou internação, porém nos foi revelado que papai estaria com covid. O chão se abriu, porque como eu iria deixar papai, com demência, Alzheimer e mais uma série de comorbidades, aparentemente sem nenhum sintoma, internado no hospital numa ala "perigosa", e sem poder receber visita??? E porque essa informação só nos foi dada na hora da internação, já que estávamos no hospital há horas??? Bem, decidimos levá-lo pra casa, fazer novo exame de PCR e também para tentar cuidar do vírus, e só depois retornar ao hospital e enfim, poder investigar o problema neurológico do qual nos fez dar entrada na emergência. Foram dias bem difíceis, porque papai além de parar de andar, foi perdendo rapidamente os movimentos nos braços, necessitando de ajuda até para se alimentar (e em poucos dias tendo dificuldade até na deglutição).
Compramos um oxímetro para monitorar sua saturação, iniciamos medicação com antibiótico e xarope contendo corticóide, com o auxílio do neuro que o acompanha. Mas durante aquela semana, embora reagindo bem, a febre não cedia a noite, saturando entre 80 e 89, e entre 90 e 92 com a ajuda de concentrador nasal de O2, mas visivelmente estava ficando cada dia mais cansado! Tentamos, tentamos o que podíamos fazer... mas infelizmente, uma semana depois (na segunda dia 30/09) tomamos a difícil decisão de interná-lo mesmo sendo na ala de Covid 😪
E do dia 30 pra cá, com 50 a 70 % dos pulmões tomados por pneumonia, respirando com ajuda (do respirador com 2litros de O2, chegou a máscara reservatória com 8 litros!), saturação oscilando, taquicardia, picos de insulina, e tantas outras complicações decorrentes da demência, ele saiu do isolamento do covid ontem! Venceu o vírus! 💓
Eu tô tão feliz, mas tão feliz! Duas semanas sem poder vê-lo, apenas recebendo boletins informativos diários do hospital. Aliás, vale dizer que a equipe está de parabéns por todas as informações passadas: dos exames diários aos medicamentos usados, absolutamente tudo nos era passado! 👏
Mas nada se compara ao momento de poder vê-lo! Primeira etapa vencida, e eu agradeço demais a Deus por isso! Ainda não é exatamente da forma como eu gostaria, mas poder beijar, dar a mão, abraçar, e falar com ele que estou ali... noooooooossa! Já foi um alívio e tanto.
Hoje um novo ciclo se inicia, e ainda temos uma longa caminhada de hospital, para investigação de seu quadro neurológico e sua reabilitação. A pneumonia agora é bacteriana, o antibiótico mais agressivo, e as dificuldades respiratórias aumentaram. Mas só dele estar internado fora do isolamento do covid, e aguardando a transferência para o quarto, onde poderei ficar com ele diariamente, já faz toda a diferença! O carrapatinho já está grudado de novo! rs
A fé e as orações permanecem, e sigo confiante de que Deus fará sempre o melhor!
Beijos da Si ♥
Meu avô tem, ele está com 95 anos, de vez enquando tem lembranças de quando era mais novo, como flash lembranças curtas de quando os filhos eram pequenos...
ResponderExcluirPapai também tinha... adorava cantar as músicas de quando era novo! ♥ Curta muito seu vovô e aproveite todo o tempo com ele!
ResponderExcluirSuper beijo