Não, não vou escrever a música do Roberto Carlos... rsrsrs Apesar de adorar o "Rei", não é sobre música o post de hoje!
Bem, que eu adoro crianças, todo mundo já sabe... Que sou como uma, também...
Talvez por isso me dê tão bem com elas! =)
Gosto da simplicidade e sinceridade infantil: no falar, no agir, no brigar, no perdoar, no sorrir...
Quando completei 15 anos minha vida mudou...
Nascia o meu primeiro "amor maternal". Porque o sentimento materno é algo inexplicavelmente SUPERIOR a qualquer outro. Claro que nem toda mãe sente assim... da mesma forma que muitas mulheres são capazes de sentir esse amor sem precisar de uma gestação! E assim foi comigo, com meu primeiro sobrinho: o meu
Bibico! Não estava na minha barriga... mas eu o amava como se estivesse! Ajudei a criá-lo, levei à escola, fiz trabalhinhos, ensinei os primeiros passos, participei de cada maravilhosa etapa até vê-lo hoje, um homem! Aff!!! E na adolescência ele deu um trabalho!!! Rebelde sem causa, para todos... Para mim, tinha as causas dele... e eu o entendia! Não à toa, meu Bibico me considera como uma mãe e me faz chorar cada vez que diz isso... E é aí que a minha alegria é triste. Porque ao mesmo tempo que fico feliz com isso, imagino a tristeza que minha irmã sente... e amo minha irmã... é uma pessoa maravilhosa, parecia que seria a mãe ideal!!! Mas filhos tem sua própria personalidade, e é difícil, muito difícil lidar com personalidades... Cada pessoa tem um temperamento diferente, um dom, um jeito mesmo... E nascem assim. Por isso a gente ensina, e cada filho "aprende" de um jeito... o jeito deles!!!
E a maioria dos adultos não compreende muito bem isso. Ou compreende, na família dos outros. Tem um ditado que diz: "santo de casa não faz milagre!" E é verdade...
Minha irmã mais velha é educadora, professora de educação infantil, professora de artes para adolescentes e adultos, espiritualizada, inteligente... Mas quando Bibico tinha 6 anos, num almoço de domingo no clube, Dia das Mães de 1997, distribuíram rosas para as mamães nas mesas. E quando entregaram a rosa da minha irmã, ele puxou da mão dela e me entregou... E me abraçando disse: "queria que você fosse minha mãe". E eu, num misto de alegria e tristeza, tentei "melhorar" as coisas, sorrindo: "Ô meu filho, a "Tia Si" é sua mãe... sua quarta mãe... viu como você é um menino de sorte? Papai do Céu te deu sua mãe, duas vovós, e eu... uma mãe emprestada... a sua quarta mãe"
E ele, em sua sinceridade infantil, não titubeou: "...mas eu queria que você fosse minha mãe de verdade, porque pra mim, você é a primeira!" Putz!!! Sim, eu fiquei feliz... Mas conseguem imaginar minha irmã, em pleno dia das mães??????
Minha irmã teve outro filho depois do Bibico. E eu casei, tive os meus... Meu segundo sobrinho, Antonio Gabriel, é meu afilhado.
Na foto: minha irmã, eu com Cecelo no colo, Dandan, mamãe, minha prima e seus filhotes, Gabriel, papai, Bibico e meu tio.
Sempre o chamei de "filho"... Aliás, tenho o hábito de chamar crianças assim... por um sentimento maternal mesmo. Quando um amiguinho, um sobrinho, uma criança qualquer me chama: "Tia", eu respondo: "oi filho". É meu jeito! Bem, e sou compreensiva, tolerante... mas não sou a favor de crianças "mandando" em adultos, como hoje em dia se vê tão comumente. Gosto de respeito, de limites... e crianças precisam disso!!!
Hoje Gabriel está com 15 anos... e acabou de sair aqui de casa, com minha irmã. Quando chegaram, estranhei... porque é um dia de semana, minha irmã trabalha o dia todo, e embora Gabriel chegasse sorrindo... minha irmã vinha atrás, com carinha de triste... =/
Gabriel está em sua fase "rebelde" (típica e comum nessa idade). Aquela que eu fui a única a entender e ajudar o Bibico a superar... rsrsrs É... mas por problemas "maiores" (que nessa idade parecem o "fim do mundo"), Gabriel está ainda mais rebelde. Com ou sem causa, a verdade é que nessa idade, a gente sempre se acha dono do nariz e da razão, e poucos tem maturidade mesmo para realmente serem "donos" de qualquer coisa que seja (até deles mesmos!!! rsrsrs)
Minha irmã está para se mudar, vai ficar na esquina da minha casa, e Gabriel está radiante!!! Entrou todo feliz, me beijando e dizendo que Dezembro estará por aqui... E minha irmã, embora feliz com a novidade, lamentou o que ontem ouviu de seu segundo filho: "Ele disse que podia ser seu filho!" E ele, sorrindo, continuou: "...me pareço com você... nossas mãos são iguais... nosso cabelo... nossa pele...Você poderia ser minha mãe!"
Mais uma vez a alegria veio... e a tristeza veio junto, ao ver os olhos marejados de minha irmã...
Gabriel foi indo para o quarto, jogar vídeo game com os primos. E eu, sem saber o que dizer, tentando novamente disfarçar essa situação constrangedora.
Mas meu coração transborda de felicidade com esse tipo de sentimento... tão sincero, tão puro... que para nascer e crescer dentro de uma criança, a gente precisa fazer apenas uma coisa:
AMÁ-LOS!!!