Mulher, o seu currículo te representa?

 


Fonte: foto por Thought Catalog no Unsplash

Você já sentiu síndrome do impostor fazendo um resumo de qualificações pro seu currículo? Caso sua resposta tenha sido positiva, não se preocupe, um fenômeno estudado recentemente demonstra que há um “precipício” entre o processo de criação de resumo profissional por mulheres e homens, conhecido como “gender-related resume gap”.

Primeiramente, não importa o que você defina como sucesso, a questão fundamental da síndrome impostor feminina permanece. Claro que um fenômeno não pode ser aplicado à absolutamente todos os indivíduos de um gênero, não estou falando de todas as mulheres do mundo, mas a evidência é palpável. Em 2011, o UK Institute of Leadership and Management entrevistou gerentes britânicos sobre o quão confiantes eles se sentem em suas profissões. Metade das mulheres entrevistadas relatou dúvidas sobre seu desempenho no trabalho e carreira. Enquanto isso, apenas um terço dos homens pesquisados ​​expressou tal dúvida, mesmo tendo qualificações semelhantes e o mesmo cargo e papel que os outros entrevistados.

Você provavelmente já ouviu a estatística: “os homens se candidatam a um emprego quando cumprem apenas 60% das qualificações, mas as mulheres se candidatam apenas se cumprirem 100% delas” - Forbes. Uma pesquisa realizada pela organização HBR afirma que as mulheres não aplicam para vagas de emprego a não ser que tenham 100% de certeza que se encaixam no perfil ideal para a vaga. Tanto os candidatos do gênero masculino quanto do gênero feminino declararam - em sua grande maioria- que quando não se candidatam à vagas é porquê não sentem que fariam um trabalho adequado ao serem contratados. No entanto, o indíce de mulheres que utilizam dessa justificativa é significantemente maior.

Essa estatística também se aplica no processo de elaboração de resumo pessoal para currículo, mais especificamente, na seção de qualificações habilidades e realizações profissionais. Independente de trajetória pessoal ou formação profissional, ao ter que falar sobre sua profissão, escrever ou fazer um sumário profissional a grande maioria das mulheres não expressa o seu potencial da melhor maneira, devido à insegurança advinda de convenções sociais que moldaram o modo de pensar do gênero feminino.

O tratamento das mulheres no local de trabalho é um indicativo de que há uma dicotomia na maneira como o gênero afeta a imagem no ambiente de trabalho. Ou seja, a sua identidade irá afetar, inevitavelmente, como você é visto: seja por suas ações, sua aparência ou mesmo suas opiniões. Isso afeta o status quo da profissional mulher em relação aos resultados de seu trabalho, desde a área de humanas às exatas - principalmente- onde o mercado é prevalentemente masculino.

Em segundo lugar, as meninas, tradicionalmente, são socializadas para seguir as regras. No ambiente acadêmico, desde a escola à faculdade são recompensadas por fazê-lo. Em parte, o maior sucesso das meninas na escola (em relação aos meninos) pode ser atribuído ao melhor cumprimento das regras. Então, em suas carreiras, esse hábito de seguir regras tem consequências reais, inclusive quando se trata de aderir às diretrizes sobre “quem deve se candidatar”.

Considere realizar a auto promoção na próxima vez que for se auto-avaliar e escrever seu resumo de qualificações para currículo. Afinal, a melhor atitude que você pode tomar para superar a falta de confiança é: fingir. Ao agir com mais confiança e se colocar em novas situações em que você precisará testar isso, você começa a treinar seu cérebro para se tornar mais confiante. Você deve colocar a auto-confiança como uma habilidade que você deseja adquirir. Se você quer aprender um novo esporte ou adotar um novo hobby, não deve esperar ser brilhante imediatamente. Para ficar bom em algo você precisa praticar. Para ficar bom em alguma coisa, você tem que agir.

Com esse texto em mente, na próxima vez que você se encontrar tendo que escrever um “resumo sobre mim” em seu currículo, lembre-se que mesmo que você não vá escrever as suas qualificações como qualificações modelo da sua área de atuação, você não deve menosprezar a sua experiência e habilidades.

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