Taxidermia


TAXIDERMIA COM AMOR 
PORQUE AMIZADE VERDADEIRA É PARA SEMPRE!

As pessoas sempre disseram que eu lido bem com a morte... e é verdade! Sempre a vi como o inevitável acontecimento do qual todos iremos passar (querendo ou não).
Viver a vida é deixar que cada experiência seja marcada da melhor maneira possível. Mas não podemos esquecer que um dia, essa vida acaba! E isso não é ruim. Não é o fim. É só mais uma etapa.

A morte (e tudo relacionado a ela) é um assunto que eu gosto de conversar tanto quanto a vida. De pensar, de planejar, de ler, de entender.... qualquer necro sempre me desperta interesse! É aquele assunto que eu tenho mil dúvidas, mil perguntas, mil curiosidades, e zero medo! 

Nada é tão certo quanto a morte! E porque temê-la? Acredito nas promessas de Deus, creio na vida eterna, creio no espírito... e meu "death style" não tem a ver com a minha religião. É apenas o meu jeito de olhar para um assunto que as pessoas insistem em fechar os olhos, como se nunca fossem ter uma perda na vida, inclusive da vida própria, literalmente! he he he

A morte é o último evento dessa nossa vida, né não? Deixe o look separado, a make, os acessórios.... ninguém vai se preocupar melhor com isso, se não você!  Pensar que esse dia não vai chegar, não vai mudar essa data, acredite!  #FicaAdica 

Quando perdi meu primeiro cachorro, Brad, que faleceu em 2005, cogitei a possibilidade de empalhá-lo. Mas o empalhamento sempre foi algo muito pouco falado no nosso país. Ninguém conhece quem faça, ninguém indica, ninguém anuncia... Julgam a ideia de ter um animal empalhado em casa, "mórbida". Aproveitando, saber a diferença entre mórbido e fúnebre, é um excelente começo para quem pensa assim. Uma pena... não pude mantê-lo comigo. Ah se eu tivesse estudado taxidermia antes. Eu ainda poderia olhar para aquela carinha linda do meu "xuxu" Mas infelizmente, Brad se foi. Sua companheira, Dama (minha preta), também se foi, em 2018. E eu também não a tenho mais aqui comigo.

Mas em 2019, quando Gaia (a cachorra do papai), começava a não responder aos tratamentos do câncer, ele me fez um pedido especial: "Filha, pode ver quanto custa empalhar um cachorro? No dia que ela se for, não quero deixar de vê-la todos os dias." E aquilo me cortou o coração! Papai tinha 83 anos, e Gaia era sua companheira de verdade, em tudo, diariamente. E eu busquei informações, pois sabia que o câncer poderia avançar a qualquer momento. Agora com a internet tão globalizada e facilitando as coisas, consegui achar uns 3 ou 4 profissionais. Apenas um no Rio de Janeiro. Entrei em contato, peguei faixa de preço e maiores informações.

Em nosso país não temos a cultura da caça. E aqui o mais comum é o empalhamento de gado, por grandes fazendeiros. Aquele boi de estimação, que permaneceu na família por gerações, enfim... um animal que tem uma história na fazenda. E ainda assim, é um pouco "raro"! No Brasil, a taxidermia é mais realizada mesmo apenas para fins de estudo e ciência.

Daí, acabou me despertando o interesse de aprender. Pela dificuldade de encontrar, pela perspectiva de quem o faz... Puxa, se eu tivesse buscado isso para o Brad (ao invés de só pensar na época), meu xuxu poderia estar aqui comigo até hoje. Minha preta também! Mas nunca é tarde pra começar. E eu decidi estudar. Me matriculei num curso online da Universidade de Viçosa/MG. E me formei em 2019 mesmo.

Recebi meu diploma no fim do ano, e esperava treinar em alguns animais antes da Gaia, claro! Roedores, gatinhos, cães de pequeno porte... enfim, a gente sempre espera começar do mais fácil para o mais difícil, né?  Mas assim que o ano virou, Gaia ficou internada. O tumor no focinho estava exposto. Ela ainda recebeu alta, voltou pra casa. Mas não foi muito além. Ao fim do mesmo mês, em suas últimas avaliações, o veterinário constatou o avanço do tumor para o cérebro, já pressionando-o contra as estruturas do crânio, e ocasionando ainda mais sofrimento para Gaia. E infelizmente, ela teve que ser submetida a eutanásia.

Papai ficou sem chão, e eu me vi com uma bomba nas mãos. Eu ainda não tinha começado a taxidermia na prática mesmo, não queria que ela ficasse como aqueles animais deformados que vemos na internet. E ela ainda estava com o tumor exposto, ou seja, ainda teria que reconstruir todo o focinho dela! Como??? (Veja as fotos clicando nesse outro post daqui)

Eu apenas pedi a Deus que me guiasse. E enquanto a mantive num freezer, até que todo o material necessário chegasse, ia estudando mais e mais, assistindo vídeos e buscando mais informações, para devolvê-la linda ao papai! Ou o mais próximo disso, né?

Todo o processo de taxidermia da Gaia (meu primeiro trabalho) você vê aqui:

E acompanhe nas minhas redes sociais, para ver outros grandes amigos, eternizados pelas minhas mãos, com muito amor!

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